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25.5.07

O avanço da pirataria

A partir de hoje, 15 das 17 salas de João Pessoa estarão ocupadas por Homem-Aranha (6) e Piratas do Caribe (9).

15.5.07

“Los documentales más importantes, como sucede también en el cine de ficción, requiren una historia de certa calidad, com personajes interesantes, tensión narrativa y un ponto de vista integrado” (Michael Rabiger, Dirección de documentales)

O que difere a linguagem do documentário de cinema do documentário televisivo é questão das mais delicadas e polêmicas. Em geral observa-se o caráter autoral dos documentaristas-cineastas. Eduardo Coutinho, por exemplo, gosta de deixar as perguntas aparecerem no filme, além de mostrar as câmeras e como se deu o processo das entrevistas.
Paulo Sacramento, em “O prisioneiro da grade de ferro” entregou a câmera aos detentos do Carandiru para que eles próprios registrassem a si e a seus pares. Depois disso, todo mundo saiu copiando a idéia.
Já o documentário televisivo tende a ser limpo, objetivo, sem “estilo”.

Nesse Cineport eu pude ver dois documentários bem representativos no que se refere à abordagem. “Cartola”, de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda, é fruto basicamente de pesquisa e montagem. As entrevistas feitas para o filme e os depoimentos de Cartola selecionados são vassalos do senhor Roteiro.
O pulo-do-gato da produção é que os diretores não se limitaram a ir atrás de imagens de arquivo apenas do homenageado. Há cenas de cinejornais ou televisão mostrando eventos marcantes da história brasileira e mundial recente, como a segunda guerra e a ditadura militar e, o que eu acho a grande sacada do filme, trechos de filmes nacionais ilustrando fatos da vida de Cartola. Tem de Oscarito a Júlio Bressane, passando por Carmem Miranda. O filme é um casamento da música brasileira com o cinema brasileiro. E com final feliz.

“O Senhor do Castelo”, dirigido e montado por Marcus Vilar, é coerente com a obra do cineasta: muita correção e pouca ousadia. O filme passa por todas as fases e obras significativas do escritor, pontuadas por entrevistas e trechos das famosas "aulas-espetáculo", colhidos ao longo dos últimos 15 anos.
“O Senhor do Castelo” é um caso raro de documentário de longa-metragem onde praticamente apenas uma pessoa é entrevistada. Sendo assim, Marcus evita polêmicas ao deixar que o espectador conheça apenas a visão de Ariano sobre os controvertidos eventos da Revolução de 30, que vitimou o pai do escritor, e a respeito das suas posições em defesa da “verdadeira cultura brasileira”, consideradas xenófobas por alguns.
Vilar evita até mesmo chamar a capital de João Pessoa, nos créditos. O título do documentário é bem significativo. Ariano é o senhor do filme.
“O senhor do castelo” é uma espécie de cinebiografia autorizada. O que, vejam bem, não significa que não seja interessante de ver (e ouvir). Esse paraibano octogenário é um personagem interessantíssimo, revelando, inclusive, um senso de humor surpreendente.