28.12.07
Vi, enfim, Tropa de Elite. Do espinhoso debate moral, opto por me esquivar. Como obra de arte, achei superestimado. A estrutura narrativa lembra DEMAIS Cidade de Deus, embora a fórmula não se mostre tão bem sucedida. O filme tem problemas de roteiro e direção, inclusive de atores. Raros são os momentos que o diretor consegue extrair espontaneidade do elenco. Um deles é a cena em que o capitão Nascimento está reunido com seus colegas analisando os inscritos para o treinamento. No mais, há muito esquematismo. Quando começa a tocar aquela cuíca você já percebe que um policial vai fazer alguma falcatrua. Padilha e sua equipe entendem que para o espectador acreditar que um PM é corrupto ele tem que ter pinta de malandro, malemolência e estar sempre comendo.
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22.12.07
Comece por aqui
Obra de crítico da Folha voltada para público leigo estimula uma atitude reflexiva diante do que se vê na telona
Cada livro da coleção História em Aberto analisa um grande acontecimento histórico, como a Revolta da Vacina, a Semana de 22 ou os Grandes Descobrimentos. A editora Scipione resolveu colocar a sétima arte nessa história e daí surgiu "Cinema – O Mundo em Movimento", de Inácio Araújo.
O autor opta por não fazer uma "história do cinema", narrando suas transformações numa ordem cronológica. Em vez disso, explica o que é roteiro, decupagem, montagem, continuidade, direção, direção de fotografia, enfim, todos os elementos que compõem um filme.
Entretanto, ele tece breves apontamentos sobre os principais movimentos e escolas que marcaram a trajetória do cinema no mundo, e que fizeram da despretensiosa invenção dos irmãos Lumière um meio massivo de comunicação, com alto grau de refinamento. Para auxiliar a leitura, há ilustrações, citações, exemplos e trechos de outros livros sobre o tema.
Enquanto crítico, Inácio Araújo faz questão de apontar os fatores que fizeram de alguns cineastas figuras imortais. Alfred Hitchcock, por exemplo, teve o mérito de se apossar com maestria da chegada do som ao cinema, enquanto alguns grandes estúdios ainda torciam o nariz para a novidade.
A linguagem é simples e didática, apropriada para o público-alvo da coleção – os jovens. Cinema – O Mundo em Movimento é ideal para quem quer começar a ver o cinema "por dentro", como explica o autor no seguinte trecho:
Se não temos idéia de quantas vezes um diretor coça a cabeça em busca da melhor solução, ou antes de escolher um cenário, de achar a maneira como vai distribuir os atores em cena ou achar a posição de câmera mais conveniente para o desenvolvimento da ação, dificilmente conseguiremos captar o trabalho que temos diante de nós (e que tantas vezes parece tão simples de obter). Diremos 'gosto' ou 'não gosto' - mas sem entendermos o que realmente foi feito e o que o filme está tentando nos mostrar. Não saberemos sequer se foi bem-feito ou não.
ARAUJO, Inácio. Cinema: O Mundo em movimento. Col. História em Aberto. São Paulo: Scipione, 1995, 103 págs.
Cada livro da coleção História em Aberto analisa um grande acontecimento histórico, como a Revolta da Vacina, a Semana de 22 ou os Grandes Descobrimentos. A editora Scipione resolveu colocar a sétima arte nessa história e daí surgiu "Cinema – O Mundo em Movimento", de Inácio Araújo.
O autor opta por não fazer uma "história do cinema", narrando suas transformações numa ordem cronológica. Em vez disso, explica o que é roteiro, decupagem, montagem, continuidade, direção, direção de fotografia, enfim, todos os elementos que compõem um filme.
Entretanto, ele tece breves apontamentos sobre os principais movimentos e escolas que marcaram a trajetória do cinema no mundo, e que fizeram da despretensiosa invenção dos irmãos Lumière um meio massivo de comunicação, com alto grau de refinamento. Para auxiliar a leitura, há ilustrações, citações, exemplos e trechos de outros livros sobre o tema.
Enquanto crítico, Inácio Araújo faz questão de apontar os fatores que fizeram de alguns cineastas figuras imortais. Alfred Hitchcock, por exemplo, teve o mérito de se apossar com maestria da chegada do som ao cinema, enquanto alguns grandes estúdios ainda torciam o nariz para a novidade.
A linguagem é simples e didática, apropriada para o público-alvo da coleção – os jovens. Cinema – O Mundo em Movimento é ideal para quem quer começar a ver o cinema "por dentro", como explica o autor no seguinte trecho:
Se não temos idéia de quantas vezes um diretor coça a cabeça em busca da melhor solução, ou antes de escolher um cenário, de achar a maneira como vai distribuir os atores em cena ou achar a posição de câmera mais conveniente para o desenvolvimento da ação, dificilmente conseguiremos captar o trabalho que temos diante de nós (e que tantas vezes parece tão simples de obter). Diremos 'gosto' ou 'não gosto' - mas sem entendermos o que realmente foi feito e o que o filme está tentando nos mostrar. Não saberemos sequer se foi bem-feito ou não.
ARAUJO, Inácio. Cinema: O Mundo em movimento. Col. História em Aberto. São Paulo: Scipione, 1995, 103 págs.
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15.12.07
A maldição do curta
O paulista Philippe Barcinski ganhou notoriedade com seus curta-metragens. É dele o impressionante "Palíndromo", vencedor do Festival de Gramado de 2002. Ao dirigir seu primeiro longa, porém, o realizador se mostra pouco à vontade, num filme arrastado, como se o roteiro brigasse com o fato de ter 100 minutos de duração. Os dois núcleos da história não se comunicam entre si, o que faz parecer que Barcinski pegou dois roteiros de curta pra fazer Não por acaso.
A primeira metade do longa é de dar sono. A história só ganha alguma pegada com a entrada em cena de duas personagens femininas - uma na vida de cada protagonista: o engenheiro circunspecto vivido pelo (excelente) Leonardo Medeiros e o marceneiro e jogador de sinuca interpretado por um preguiçoso Rodrigo Santoro.
Apesar dos bons nomes, há desequilíbrio no elenco. A tarimbada Cássia Kiss tem uma atuação afetada em sua pequena participação. Letícia Sabatella pena com uma personagem mal-ajambrada e caricata (executiva fria, estressada e fumante). Só Leonardo Medeiros está bem e sua relação com a filha rende os melhores momentos do longa.
Medeiros é um dos atores que mais têm feito cinema ultimamente no país. Depois de um longo ocaso após Lavoura Arcaica, ele esteve em "O veneno da madrugada", "Cabra Cega", "O cheiro do ralo" e agora em "Não por acaso". Se fosse criado o "Prêmio Selton Mello de onipresença", o ator estaria no páreo.
Outra ponto discutível são os efeitos visuais, de qualidade e necessidade duvidosas. Em resumo: "Não por acaso" tem alguns bons momentos que, reunidos, dariam um curta interessante.
Sinceramente, não sei o que dizer de Nina. É um filme estranho. Não necessariamente ruim. A velhinha (Myriam Muniz) é a coisa mais assustadora que lembro de ter visto no cinema pátrio. Não sei mais do que gostei. Sei do que não gostei: Guta Stresser a as cenas de festa.
O blog anda mais verde e amarelo do que nunca. As duas linhas para "Planeta Terror" é a única exceção deste segundo semestre.
A primeira metade do longa é de dar sono. A história só ganha alguma pegada com a entrada em cena de duas personagens femininas - uma na vida de cada protagonista: o engenheiro circunspecto vivido pelo (excelente) Leonardo Medeiros e o marceneiro e jogador de sinuca interpretado por um preguiçoso Rodrigo Santoro.
Apesar dos bons nomes, há desequilíbrio no elenco. A tarimbada Cássia Kiss tem uma atuação afetada em sua pequena participação. Letícia Sabatella pena com uma personagem mal-ajambrada e caricata (executiva fria, estressada e fumante). Só Leonardo Medeiros está bem e sua relação com a filha rende os melhores momentos do longa.
Medeiros é um dos atores que mais têm feito cinema ultimamente no país. Depois de um longo ocaso após Lavoura Arcaica, ele esteve em "O veneno da madrugada", "Cabra Cega", "O cheiro do ralo" e agora em "Não por acaso". Se fosse criado o "Prêmio Selton Mello de onipresença", o ator estaria no páreo.
Outra ponto discutível são os efeitos visuais, de qualidade e necessidade duvidosas. Em resumo: "Não por acaso" tem alguns bons momentos que, reunidos, dariam um curta interessante.
Sinceramente, não sei o que dizer de Nina. É um filme estranho. Não necessariamente ruim. A velhinha (Myriam Muniz) é a coisa mais assustadora que lembro de ter visto no cinema pátrio. Não sei mais do que gostei. Sei do que não gostei: Guta Stresser a as cenas de festa.
O blog anda mais verde e amarelo do que nunca. As duas linhas para "Planeta Terror" é a única exceção deste segundo semestre.
6.12.07
Surf com cérebro
A briga dos canais abertos agora à noite foi feia. A Globo apostou em Closer, A Record exibiu Crash, enquanto a Band jogou as fichas no documentário Surf Adventures. Tudo praticamente no mesmo horário. Optei por este último, primeiro porque ainda não o tinha visto e segundo porque tanto Closer quanto Crash não me despertam vontade de rever. E não é todo dia que temos a oportunidade de assistir um filme nacional no horário nobre de uma TV aberta.
E não é que o filme é bom? O documentário roda o mundo, mostrando tanto paisagens quanto tubos maravilhosos. Quando bem filmados, poucas coisas são tão bonitas quanto surfistas deslizando em ondas de 15 metros. Destaque para a trilha sonora. A Raimundos, Charlie Brown e o Rappa se juntam Cássia Eller, Jorge Ben e até Mutantes!
Quando o filme passou no cinema, eu nem dei bola. Puro preconceito. Surf Adventures é irado.
E não é que o filme é bom? O documentário roda o mundo, mostrando tanto paisagens quanto tubos maravilhosos. Quando bem filmados, poucas coisas são tão bonitas quanto surfistas deslizando em ondas de 15 metros. Destaque para a trilha sonora. A Raimundos, Charlie Brown e o Rappa se juntam Cássia Eller, Jorge Ben e até Mutantes!
Quando o filme passou no cinema, eu nem dei bola. Puro preconceito. Surf Adventures é irado.
4.12.07
Relaxa e goza
Do primeiro ao último fotograma, Planeta Terror lembra um Drink no Inferno. Só que, ao contrário deste, não se leva a sério. É o que salva.
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