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20.11.10

Histórias de amor duram apenas 90 minutos começa meio chato, metalinguístico, fica bom, denso e termina engraçado, apesar de perder um pouco a pegada no fim. Pode ser tudo, menos previsível.

Conheci Paulo Halm pelo curta fofo O Resto é Silêncio. Ao contrário de Philippe Barcinski, ele não me decepcionou ao fazer upgrade para o longa (estou falando de Não Por Acaso - Antes, o diretor realizou o ótimo Palíndromo).

Enfim, Paulo Halm. Olho nele.

8.11.10

Autobiográfico, A Suprema Felicidade é Jabor brincando de Fellini

Jabor tá se achando. Fez seu Amarcord. E fez pros amigos do Cinema Novo, já que a estética do filme é datada, inclusive com clichês do tipo relacionar eventos da natureza a atitudes humanas... Tem coisa pior por aí, mas como resultado, o filme é um Sub-Eu me Lembro.

Mudando de assunto mas continuando no mesmo assunto, como diria Maranhão, achei essa entrevista, deliciosa, principalmente por dar uma ideia do que já foi nosso cinema (aqui não vai um juízo de valor; não sou necessariamente saudosista).

Um trecho, só pra dar vontade:


E não era nenhuma passeata contra o filme?

Cláudio Cunha: Não, era fila, mesmo! E não era pra menos: na entrada no Marabá, em letras garrafais, uma faixa anunciava: "Snuff – O filme em que as atrizes foram estupradas e assassinadas de verdade"; "Snuff - O filme assassino" e coisas desse tipo. Como eu sabia que o filme teria impacto, eu também havia me precavido: contratei duas mulheres para gritarem na primeira sessão. Eram umas professoras que ganhavam um salário de merda, viajavam com a cópia para gritar e controlar a bilheteria. Foi uma loucura, as matines lotavam, e eram aquelas lotações gigantes, com mais de mil pessoas por sessão.

24.9.10

Não sei se já escrevi aqui, mas futebol e cinema são duas coisas que casam muito bem. "Soberano", filme sobre os seis títulos brasileiros do São Paulo, é minha segunda experiência com futebol no cinema, o que é melhor ainda ("Boleiros", de Ugo Giorgetti, por exemplo, é ótimo, mas eu não vi em tela grande). Bem que podiam transmitir jogos ao vivo nos cinemas, como já fazem com shows de Rock. Eu iria fácil.

Na minha sessão, havia cerca de duas pessoas para cada título do São Paulo, ou seja, umas doze. Entre eles, um pai doutrinando o filho, explicando coisas como "esse é o Telê, ele já morreu..."

O melhor do documentário é a vibe Canal 100, com as imagens e os aúdios - locuções de rádio de Fiori Gigliotti, Osmar Santos e outros monstros - de arquivo dos primeiros triunfos tricolores, em 1978 e 1986.

Depois fica mais chato, e a culpa nem é dos diretores/roteiristas, coitados, mas sim do regulamento, que criou os pontos corridos e decepou 96% da emoção dos campeonatos brasileiros. Linear, o clímax de Soberano é no início, com as sensacionais decisões por pênaltis contra Atlético Mineiro e Guarani. O resto é encheção de linguiça e jogo de Ceni. Mas mesmo assim vale a pena.

22.8.10

Cidade de Deus II?

400 contra 1 é bom entretenimento, mas têm vários problemas. O elenco é irregular. O roteiro, confuso, e com uma personagem (a da advogada) totalmente dispensável. No fato de só mostrar o lado de uma das facções dos presos da Ilha Grande durante o regime militar eu não vou me meter, já que o longa é baseado no livro autobiográfico do fundador do Comando Vermelho.

Mas só explicando pra quem não viu nem sabe do que se trata, o filme aborda o cotidiano do presídio conhecido como "Caldeirão do Diabo", habitado por pelo menos quatro grupos que se comiam lá dentro e deram origem ao famoso grupo organizado. O núcleo original do Comando era uma espécie de classe média na Ilha Grande. As atividade do bando fora das grades, que ao menos no filme se resumem a sequestros, bem como sua "ética", também são postas em relevo, naquele esquema de roteiro não-linear, como não podia deixar de ser...

As cenas de impacto não têm impacto. A violência chega mais perto de fazer rir do que chocar, como é o caso de uma sequência no fim do filme, protagonizada por um coadjuvante e que inspirou o titulo do filme (e do livro).

Uma montagem infeliz, com planos curtos demais, que não dá respiro entre um assassinato a facadas (antecedido por um estupro) e uma alegre pelada entre os presos. Só pra ficar num exemplo.

Outro filme que aborda o mesmo tema é "Quase dois irmãos", de Lúcia Murat, com personagens fictícios e que faz uma ponte com os dias de hoje, os reflexos da violência não poupando classe social. Luiz Melodia faz uma ponta.


Mudando de pau pra cacete,

o diferencial de Misto Quente, de Bukowski, é ele falar da adolescência com os valores da adolescência, ou seja, valores estúpidos. Se não fosse assim soaria moralista. É preciso coragem pra escrever assim. Não é livro pra menininhas.

6.3.10

Zapeando ontem tive a imensa sorte de topar com O homem que virou suco, dando sopa na TV Brasil. E o filme é mesmo muito bom. Surpreendentemente moderno, ótimo personagem de José Dumont, anárquico, e trilha de Vital Farias.

11.2.10

Foi apenas um sonho

A impressão que fica é que Di Caprio e Winslet se meteram numa roubada, já que sao excelentes atores. O dilema Viajar Vs. Manter uma vida burguesa não sustenta todo o filme (apenas ajuda a dar sentido a um conflito - esse sim - interessante que rola no final). Falso profundo e chato. É pretensioso até no nome - essa coisa de rua com duplo sentido já tá bem batidinho.

Amantes

Joaquin Phoenix está perfeito; na verdade o personagem já é otimo e ele o melhora. O realismo das relações melhoras lembra 500 dias com ela. Mas as semelhanças param por aí. Amantes não é pop nem engraçadinho. E o final não é exatamente otimista, mas pragmático.

Jean Charles

Gosto da pegada documental e do elenco, exceto umas papagaiadas de Luiz Miranda, que não vejo graça. Quando ele fica sério, melhora. Boa surpresa. Esperava menos.