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15.12.07

A maldição do curta

O paulista Philippe Barcinski ganhou notoriedade com seus curta-metragens. É dele o impressionante "Palíndromo", vencedor do Festival de Gramado de 2002. Ao dirigir seu primeiro longa, porém, o realizador se mostra pouco à vontade, num filme arrastado, como se o roteiro brigasse com o fato de ter 100 minutos de duração. Os dois núcleos da história não se comunicam entre si, o que faz parecer que Barcinski pegou dois roteiros de curta pra fazer Não por acaso.
A primeira metade do longa é de dar sono. A história só ganha alguma pegada com a entrada em cena de duas personagens femininas - uma na vida de cada protagonista: o engenheiro circunspecto vivido pelo (excelente) Leonardo Medeiros e o marceneiro e jogador de sinuca interpretado por um preguiçoso Rodrigo Santoro.
Apesar dos bons nomes, há desequilíbrio no elenco. A tarimbada Cássia Kiss tem uma atuação afetada em sua pequena participação. Letícia Sabatella pena com uma personagem mal-ajambrada e caricata (executiva fria, estressada e fumante). Só Leonardo Medeiros está bem e sua relação com a filha rende os melhores momentos do longa.
Medeiros é um dos atores que mais têm feito cinema ultimamente no país. Depois de um longo ocaso após Lavoura Arcaica, ele esteve em "O veneno da madrugada", "Cabra Cega", "O cheiro do ralo" e agora em "Não por acaso". Se fosse criado o "Prêmio Selton Mello de onipresença", o ator estaria no páreo.
Outra ponto discutível são os efeitos visuais, de qualidade e necessidade duvidosas. Em resumo: "Não por acaso" tem alguns bons momentos que, reunidos, dariam um curta interessante.


Sinceramente, não sei o que dizer de Nina. É um filme estranho. Não necessariamente ruim. A velhinha (Myriam Muniz) é a coisa mais assustadora que lembro de ter visto no cinema pátrio. Não sei mais do que gostei. Sei do que não gostei: Guta Stresser a as cenas de festa.


O blog anda mais verde e amarelo do que nunca. As duas linhas para "Planeta Terror" é a única exceção deste segundo semestre.

Um comentário:

Anônimo disse...

menino, achei exatamente isso aí de de "não por acaso", só que não amadurecido como tu colocou, talvez porque na hora que eu assisti, o emocional falou mais alto, eu dei minha choradinha interna básica e só pensei que algo me incomodava. taí!
quanto a Leonardo Medeiros, concordo mais ainda, adicionando todos os elogios femininos ou gays que se podem tecer sobre o cara, desde (ai!) Lavoura.
:D