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9.4.08

Tirando do sério

Não vou me demorar recomendando o CQC – Custe o Que Custar, que estreou há algumas semanas na Band, até porque o projeto, encabeçado por Marcelo "Ernesto Varela" Tas caiu na boca do povo, rendeu alguns hits no YouTube e até elogiado na Veja...
Só digo que o programa é bom e que vocês deveriam assistir, pelo menos uma vez. Passa nas segundas (espertamente começa assim que acaba a novela das 8 - da Globo) e rola um compacto às quartas, após o futebol.
No programa desta semana comecei a perceber os primeiros problemas, um pouco pela produção já demonstrar falta de fôlego e também pelo fato de a edição gaiata e frenética não me hipnotizar mais com a mesma eficácia.
A forma e o método de abordar dos repórteres-humoristas, além da já citada edição, fazem o telespectador menos atento não reparar na fragilidade da tese que eles queiram defender.
Nesta última edição, um deles acompanhou Silvio Pereira no que deveria ser um dia de trabalho comunitário a ser prestado pelo ex-secretário do PT, aquele que ganhou um jipe importado. A "matéria", analisando friamente, consistiu em mostrar o repórter seguindo o cara de carro e a sua determinação em presenteá-lo com um jipe de brinquedo. Não há como saber com certeza se a pena foi cumprida ou se foi mesmo burlada, como a edição deu a entender.
Quando é menos despretensioso, a atração rende momentos absurdamente engraçados. Assim como o Pânico, eles extraem situações cômicas botando celebridades em situações inesperadas e algumas vezes constrangedoras. Pra mim o melhor quadro é o "Repórter inexperiente", em que o sujeito se passa por um jornalista de TV do interior, em início de carreira, testando a paciência dos entrevistados famosos, que vão de Gretchen a Roberto Cabrini, passando por Padre Marcelo.
CQC é ainda prestação de serviço. Denuncia e cobra solução para os problemas nos serviços públicos. Cabe à audiência julgar se isso vai resultar em melhorias na prática ou se não passa de um artifício sensacionalista.
O programa é inovador, ágil e conta com um elenco na média talentoso, sem dúvida. Entretém e faz rir. É bem mais do que se poderia esperar da Band. Mas aquilo não pode (ou pelo menos não deveria) ser considerado jornalismo. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

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