O Pagamento Final é um belo filme sobre o submundo novaiorquino dos anos 70. Uma fonte que Hollywood adora beber e que nas mãos de um Scorsese ou um De Palma (como neste caso) rende bons frutos.
O filme é bom por uma série de fatores, como os ângulos inusitados da câmera e os planos-seqüência, que De Palma executa como se regesse uma orquestra.
Mas talvez o que mais goste é o protagonista. Carlito Brigante é um ex-gângster que persegue o sonho de viver como um honesto locador de carros, mas percebe que se livrar do crime não será tão fácil.
Um clichê não fosse o personagem vivido por Al Pacino parecer uma pessoa de carne e osso, quando conta vantagem de sua condição de "Old School", se gabando das boas relações e do status que tivera. Ele não é o fora-da-lei aposentado que se mortifica pelo passado condenável. Ele quer mudar de vida apenas porque se cansou. Quarentão e apaixonado, não quer mais perder tempo na cadeia ou arriscar a pele à toda hora.
Quando em apuros, sentimos que ele não é inatingível. Vemos hesitação, suor e medo. É herói, mas com o cu na mão.
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