Pra variar, Clint Eastwood é superestimado por seu mais novo trabalho, “A conquista da Honra”. Ricardo Calil: “Em fase gloriosa de sua carreira, o velho Clint faz um belo ensaio sobre o poder da imagem e a essência do heroísmo”.
Com a parte sobre o poder da imagem eu até concordo, o resto é balela. Tirando ‘Os imperdoáveis’, nunca vi algo muito bom do diretor.
Verdade que ele consegue tirar o que quer dos atores e sabe compor um plano – o da bandeira sendo erguida em um estádio pelos soldados, em uma das cerimônias para arrecadar bônus de guerra, é extraordinário. Por outro lado, há seqüências difíceis de engolir, como a dos canhões e metralhadoras dos japoneses sendo preparados para entrar em ação com uma música de suspense ao fundo. Lembra até Top Gang. E o final, que tem seu mérito por tentar evitar o famoso “Fulano virou isso e morreu disso, em tal ano”, é um pouco melodramático demais.
O fechamento da história, aliás, concentra a maior parte dos problemas do filme. É um arrastado que parece sem fim. O que talvez até faça muita gente ficar com a impressão que o filme é (todo) ruim. Não é.
Agora é esperar por “Cartas de Iwo Jima” e ver como Clint se sai contando o outro lado da história. Confesso que estou curioso.
Mais no 1/2 Boca
8.2.07
4.2.07
O desafio dos filmes adaptados de séries ou programas da TV Globo é oferecer algo diferente do que se vê no vídeo. A iniciativa às vezes funciona, às vezes não funciona. Geralmente não funciona.
Uma escolha óbvia nesse sentido é sair dos estúdios do Projac e respirar um pouco de ar. Cenas de rua, cenários que nunca apareceram na TV, cenas de estrada que de fato foram captadas em estradas e não com chroma key etc.
Mas no caso de A Grande Família o que mais me chamou a atenção é a adição de um elemento dramático ao tom cômico da série. Quem se aproveitou bem disso foi Marco Nanini, que compôs um Lineu tragicômico bem diferente do da TV. Os outros atores ficam na mesma. E o convidado Paulo Betti tem pouco brilho.
No geral, as piadas estão piores do que a média do programa. Tem até uma gagzinha escatológica bem ao gosto do pior humor hollywoodiano atual. O roteiro, meio pesadão, faz uma e hora e meia parece quatro.
Ponto positivo para a trilha sonora, com bregões estilosos, Jovem Guarda e Roberto Carlos.
*
Um cara que reconhece um odor a quilômetros de distância. Parece ridídulo. Um serial killer que mata doces donzelas por uma razão aparentemente banal. Soa sádico e repugnante. Isso se não estivéssemos falando do habilidoso Tom Tykwer. Esqueça Corra, Lola, Corra. Com A Princesa e o Guerreiro e agora este Perfume, o alemão se afirma como um dos diretores mais interessantes do atual cinema europeu.
Uma escolha óbvia nesse sentido é sair dos estúdios do Projac e respirar um pouco de ar. Cenas de rua, cenários que nunca apareceram na TV, cenas de estrada que de fato foram captadas em estradas e não com chroma key etc.
Mas no caso de A Grande Família o que mais me chamou a atenção é a adição de um elemento dramático ao tom cômico da série. Quem se aproveitou bem disso foi Marco Nanini, que compôs um Lineu tragicômico bem diferente do da TV. Os outros atores ficam na mesma. E o convidado Paulo Betti tem pouco brilho.
No geral, as piadas estão piores do que a média do programa. Tem até uma gagzinha escatológica bem ao gosto do pior humor hollywoodiano atual. O roteiro, meio pesadão, faz uma e hora e meia parece quatro.
Ponto positivo para a trilha sonora, com bregões estilosos, Jovem Guarda e Roberto Carlos.
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Um cara que reconhece um odor a quilômetros de distância. Parece ridídulo. Um serial killer que mata doces donzelas por uma razão aparentemente banal. Soa sádico e repugnante. Isso se não estivéssemos falando do habilidoso Tom Tykwer. Esqueça Corra, Lola, Corra. Com A Princesa e o Guerreiro e agora este Perfume, o alemão se afirma como um dos diretores mais interessantes do atual cinema europeu.
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