No universo nonsense dos quadrinhos de super-heróis americano, o Motoqueiro Fantasma é sem dúvida uma das criações mais surreais. Um Hell´s Angel no sentido literal.
Um personagem assim tinha tudo para dar um filme cool. E este que aí está o é. Ao menos em parte. Nicolas Cage contribui para isso, quando não se leva a sério; quando não atua. Quando não banca o herói atormentado e apenas se diverte em cena. Mesmo com um penteado esquisito pra disfarçar a calvície, é bom vê-lo em cena.
O problema do filme é simples. Uma produção como essa precisa arrecadar muito dinheiro. E pra se levar gente ao cinema tem-se que recorrer aquela formulazinha batida, de par romântico, de antagonistas odiosos etc. O Diabo é até interessante. Mas a história do tal do “Coração Negro” e seus anjos decaídos, que disputam com o Motoqueiro a posse de um contrato, soa totalmente estranho. Um reles pretexto pra cenas de confronto.
E Eva Mendes, tadinha, tão bonitinha, mas tão fraquinha...
29.3.07
25.3.07
Na nossa mania de bancar o colonizado revoltado, costumamos torcer o nariz para alguns blockbusters dizendo que eles fazem propaganda dos Estados Unidos. Eu senti isso em relação ao A Rainha, só que aqui, claro, a Grã-Bretanha é a exaltada, por meio da serenidade de Elizabeth II, do tino político e do equilíbrio de Tony Blair... Com a imagem arranhada pelo apoio à Guerra do Iraque, esse filme me parece ser isso: uma tentativa de elevar a auto-estima do britânico e melhorar a imagem do país e de seus líderes. Aliás, Stephen Frears titubeia, mas acaba ficando de bem tanto com a monarquia como com o primeiro-ministro. Todo mundo é bonzinho.
Eu imagino que para um britânico o filme tenha bastante apelo. Entendo perfeitamente sua curiosidade pela vida privada da discreta rainha e o desejo de revisitar criticamente o mito Diana. Mas e eu com isso? Pra mim essa história é tão interessante quanto seria para um inglês acompanhar Entreatos, de João Moreira Salles, que trata da campanha presidencial de Lula.
O filme é chato, é? Eu não recomendaria. Mas também não tenho motivos pra dizer que ele é ruim, à parte o fato de o diretor ficar em cima do muro, como já mencionei. Concordo com Inácio Araújo quando ele diz que A Rainha não é um “telefilme”. Aliás, na TV A Rainha seria mais sacal ainda... No mais, a montagem é feliz ao utilizar imagens de arquivo da TV da maneira e nos momentos certos e o elenco dá pro gasto. Helen Mirren de fato está muito bem. E o carinha que faz Tony Blair até convence, pelo menos quando não está tentando se parecer demais com o primeiro-ministro - o esforço que ele faz pra copiar o sorriso de Blair beira o ridículo.
P.S. Uma coisa que não vi ninguém mencionar é que o fotógrafo do filme é o brasileiro Affonso Beato, que já trabalhou com Almodóvar e com Walter Salles em Alma Negra.
Eu imagino que para um britânico o filme tenha bastante apelo. Entendo perfeitamente sua curiosidade pela vida privada da discreta rainha e o desejo de revisitar criticamente o mito Diana. Mas e eu com isso? Pra mim essa história é tão interessante quanto seria para um inglês acompanhar Entreatos, de João Moreira Salles, que trata da campanha presidencial de Lula.
O filme é chato, é? Eu não recomendaria. Mas também não tenho motivos pra dizer que ele é ruim, à parte o fato de o diretor ficar em cima do muro, como já mencionei. Concordo com Inácio Araújo quando ele diz que A Rainha não é um “telefilme”. Aliás, na TV A Rainha seria mais sacal ainda... No mais, a montagem é feliz ao utilizar imagens de arquivo da TV da maneira e nos momentos certos e o elenco dá pro gasto. Helen Mirren de fato está muito bem. E o carinha que faz Tony Blair até convence, pelo menos quando não está tentando se parecer demais com o primeiro-ministro - o esforço que ele faz pra copiar o sorriso de Blair beira o ridículo.
P.S. Uma coisa que não vi ninguém mencionar é que o fotógrafo do filme é o brasileiro Affonso Beato, que já trabalhou com Almodóvar e com Walter Salles em Alma Negra.
Assinar:
Postagens (Atom)