Pesquisar este blog

25.3.07

Na nossa mania de bancar o colonizado revoltado, costumamos torcer o nariz para alguns blockbusters dizendo que eles fazem propaganda dos Estados Unidos. Eu senti isso em relação ao A Rainha, só que aqui, claro, a Grã-Bretanha é a exaltada, por meio da serenidade de Elizabeth II, do tino político e do equilíbrio de Tony Blair... Com a imagem arranhada pelo apoio à Guerra do Iraque, esse filme me parece ser isso: uma tentativa de elevar a auto-estima do britânico e melhorar a imagem do país e de seus líderes. Aliás, Stephen Frears titubeia, mas acaba ficando de bem tanto com a monarquia como com o primeiro-ministro. Todo mundo é bonzinho.
Eu imagino que para um britânico o filme tenha bastante apelo. Entendo perfeitamente sua curiosidade pela vida privada da discreta rainha e o desejo de revisitar criticamente o mito Diana. Mas e eu com isso? Pra mim essa história é tão interessante quanto seria para um inglês acompanhar Entreatos, de João Moreira Salles, que trata da campanha presidencial de Lula.
O filme é chato, é? Eu não recomendaria. Mas também não tenho motivos pra dizer que ele é ruim, à parte o fato de o diretor ficar em cima do muro, como já mencionei. Concordo com Inácio Araújo quando ele diz que A Rainha não é um “telefilme”. Aliás, na TV A Rainha seria mais sacal ainda... No mais, a montagem é feliz ao utilizar imagens de arquivo da TV da maneira e nos momentos certos e o elenco dá pro gasto. Helen Mirren de fato está muito bem. E o carinha que faz Tony Blair até convence, pelo menos quando não está tentando se parecer demais com o primeiro-ministro - o esforço que ele faz pra copiar o sorriso de Blair beira o ridículo.

P.S. Uma coisa que não vi ninguém mencionar é que o fotógrafo do filme é o brasileiro Affonso Beato, que já trabalhou com Almodóvar e com Walter Salles em Alma Negra.

2 comentários:

Anônimo disse...

eu saquei a fotografia quando vi o filme mas, convenhamos, não tem anda de tão especial dessa vez. ficou normal.

mas quando vi a rainha, tive a impressão de estar vendo um documentário às vezes. Assim como quando vi vôo united 93, a conquista da honra etc. foi o ano das ficções documentais.

Anônimo disse...

eu acho q conheço esse marcos de algum lugar