400 contra 1 é bom entretenimento, mas têm vários problemas. O elenco é irregular. O roteiro, confuso, e com uma personagem (a da advogada) totalmente dispensável. No fato de só mostrar o lado de uma das facções dos presos da Ilha Grande durante o regime militar eu não vou me meter, já que o longa é baseado no livro autobiográfico do fundador do Comando Vermelho.
Mas só explicando pra quem não viu nem sabe do que se trata, o filme aborda o cotidiano do presídio conhecido como "Caldeirão do Diabo", habitado por pelo menos quatro grupos que se comiam lá dentro e deram origem ao famoso grupo organizado. O núcleo original do Comando era uma espécie de classe média na Ilha Grande. As atividade do bando fora das grades, que ao menos no filme se resumem a sequestros, bem como sua "ética", também são postas em relevo, naquele esquema de roteiro não-linear, como não podia deixar de ser...
As cenas de impacto não têm impacto. A violência chega mais perto de fazer rir do que chocar, como é o caso de uma sequência no fim do filme, protagonizada por um coadjuvante e que inspirou o titulo do filme (e do livro).
Uma montagem infeliz, com planos curtos demais, que não dá respiro entre um assassinato a facadas (antecedido por um estupro) e uma alegre pelada entre os presos. Só pra ficar num exemplo.
Outro filme que aborda o mesmo tema é "Quase dois irmãos", de Lúcia Murat, com personagens fictícios e que faz uma ponte com os dias de hoje, os reflexos da violência não poupando classe social. Luiz Melodia faz uma ponta.
Mudando de pau pra cacete,
o diferencial de Misto Quente, de Bukowski, é ele falar da adolescência com os valores da adolescência, ou seja, valores estúpidos. Se não fosse assim soaria moralista. É preciso coragem pra escrever assim. Não é livro pra menininhas.
22.8.10
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