1) Semidocumental, os diretores resolvem explorar uma romaria a Juazeiro
do Norte. A ideia é mostrar ao resto do Brasil e ao mundo a fé do
sertanejo com crítica social: ainda se viaja de pau-de-arara. O
problema é o pretexto pra incluir isso no roteiro: o protagonista José
Renato (Irandhir Santos) desabafa que "precisa ver gente".
2) O segundo é ao mesmo tempo uma decorrência e uma repetição do
primeiro. Sai Juazeiro, entra Caruaru. Mais uma vez a desculpa soa
forçada: "Queria me perder no meio daquela feira". A intenção do filme
foi aproveitar os ícones do interior nordestino: a fé no Padre Cícero, a
Feira de Caruaru e o rio São Francisco, que aparece mais pro fim da
história.
3) José Renato, em plena dor-de-cotovelo, tem um pesadelo em que
sofre uma cirurgia craniana, e de dentro da sua cabeça saem partes do
corpo da mulher amada... Obviedade que beira o mau gosto. Castigo:
assistir David Lynch.
4) Saindo do roteiro pra direção, achei a narração pouco natural em
alguns momentos. No caso do pesadelo, que já comentei, o relato sai sem
pausas, pouco comum em quem rememora um sonho.
Mas eu só falei
dos problemas porque sou do contra. O filme é belíssimo, como tudo que a
dupla Karim Ainouz-Marcelo Gomes já fez.
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